sábado, 16 de maio de 2015

O Partido do Crime - Party of Crime



   Não é com intenção de fazer apologia ao crime que transcrevo este conteúdo da Wikipedia e Wikisource. Quero apenas informar aos interessados, de forma superficial,  como nasceram e se desenvolveram estas organizações, já que direta ou indiretamente fazem parte do nosso dia a dia.

   O PCC foi fundado em 31 de agosto de 1993 por oito presidiários, no Anexo da Casa de Custódia de Taubaté (130 quilômetros da cidade de São Paulo), chamada de "Piranhão", até então a prisão mais segura do estado de São Paulo.Durante uma partida de futebol, quando alguns detentos brigaram e como forma de escapar da punição - pois várias pessoas haviam morrido - resolveram iniciar um pacto de confiança.

   Era constituído por Misael Aparecido da Silva, vulgo "Misa", Wander Eduardo Ferreira, vulgo "Eduardo Gordo", António Carlos Roberto da Paixão, vulgo "Paixão", Isaías Moreira do Nascimento, vulgo "Isaías", Ademar dos Santos, vulgo "Dafé", António Carlos dos Santos, vulgo "Bicho Feio", César Augusto Roris da Silva, vulgo "Cesinha", e José Márcio Felício, vulgo "Geleião".

   O PCC, que foi também chamado no início como Partido do Crime, afirmava que pretendia "combater a opressão dentro do sistema prisional paulista" e "vingar a morte dos cento e onze presos", em 2 de outubro de 1992, no "massacre do Carandiru", quando a Polícia Militar matou presidiários no pavilhão 9 da extinta Casa de Detenção de São Paulo. O grupo usava o símbolo chinês do equilíbrio yin-yang em preto e branco, considerando que era "uma maneira de equilibrar o bem e o mal com sabedoria".

   Em fevereiro de 2001, Sombra tornou-se o líder mais expressivo da organização ao coordenar, por telefone celular, rebeliões simultâneas em 29 presídios paulistas, que se saldaram em dezesseis presos mortos. Idemir Carlos Ambrósio, o "Sombra", também chamado de "pai", foi espancado até a morte no Piranhão cinco meses depois por cinco membros da facção numa luta interna pelo comando geral do PCC.

   O PCC começou então a ser liderado por "Geleião" e "Cesinha", responsáveis pela aliança do grupo com a facção criminosa Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro. "Geleião" e "Cesinha" passaram a coordenar atentados violentos contra prédios públicos, a partir do Complexo Penitenciário de Bangu, onde se encontravam detidos. Considerados "radicais" por uma outra corrente do PCC, mais "moderada", Geleião e Cesinha usavam atentados para intimidar as autoridades do sistema prisional e foram depostos da liderança em Novembro de 2002, quando o grupo foi assumido por Marcos Willians Herbas Camacho, o "Marcola". Além de depostos, foram jurados de morte sob a alegação de terem feito denúncias à polícia e criaram o Terceiro Comando da Capital (TCC). Cesinha foi assassinado em presídio de Avaré, São Paulo.

   Sob a liderança de Marcola, também conhecido como "Playboy", atualmente detido por assalto a bancos, o PCC teria participado no assassinato, em Março de 2003, do juiz-corregedor António José Machado Dias, juiz da Vara de Execuções de Presidente Prudente. A facção tinha recentemente apresentado como uma das suas principais metas promover uma rebelião de forma a "desmoralizar" o governo e destruir o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), onde os detidos passam vinte e três horas confinados às celas, sem acesso a jornais, revistas, rádios ou televisão por apresentarem alto risco a sociedade.

   Com o objetivo de conseguir dinheiro para financiar o grupo, os membros do PCC exigem que os "irmãos" (os sócios) paguem uma taxa mensal de cinquenta reais, se estiverem detidos, e de Mil reais, se estiverem em liberdade. O dinheiro é usado para comprar armas e drogas, além de financiar ações de resgate de presos ligados ao grupo.

   Para se tornar membro do PCC, o criminoso precisa ser apresentado por um outro que já faça parte da organização e ser "batizado" tendo como padrinho 3 "irmãos", um "irmão" só pode batizar outro membro 120 dias após ele ter sido batizado e o novo "irmão" tem de cumprir um estatuto de dezesseis itens, redigido pelos fundadores e atualizado pelo Marcos Camacho.

   Diante do enfraquecimento do Comando Vermelho do Rio de Janeiro, que tem perdido vários pontos de venda de droga no Rio, o PCC aproveitou para ganhar campo comercialmente e chegar à atual posição de maior facção criminosa do país, com ramificações em presídios de vários estados do Brasil como Mato Grosso do Sul, Paraná, Bahia, Minas Gerais e outros mais.

O Estatuto 

1-Lealdade, respeito, e solidariedade acima de tudo ao Partido

2-A Luta pela liberdade, justiça e paz

3-A união da Luta contra as injustiças e a opressão dentro das prisões

4-A contribuição daqueles que estão em Liberdade com os irmãos dentro da prisão através de advogados, dinheiro, ajuda aos familiares e ação de resgate

5-O respeito e a solidariedade a todos os membros do Partido, para que não haja conflitos internos, porque aquele que causar conflito interno dentro do Partido, tentando dividir a irmandade será excluído e repudiado do Partido.

6-Jamais usar o Partido para resolver conflitos pessoais, contra pessoas de fora. Porque o ideal do Partido está acima de conflitos pessoais. Mas o Partido estará sempre Leal e solidário à todos os seus integrantes para que não venham a sofrerem nenhuma desigualdade ou injustiça em conflitos externos.

7-Aquele que estiver em Liberdade "bem estruturado" mas esquecer de contribuir com os irmãos que estão na cadeia, serão condenados à morte sem perdão

8-Os integrantes do Partido tem que dar bom exemplo à serem seguidos e por isso o Partido não admite que haja assalto, estupro e extorsão dentro do Sistema.

9-O partido não admite mentiras, traição, inveja, cobiça, calúnia, egoísmo, interesse pessoal, mas sim: a verdade, a fidelidade, a hombridade, solidariedade e o interesse como ao Bem de todos, porque somos um por todos e todos por um.

10-Todo integrante tem que respeitar a ordem e a disciplina do Partido. Cada um vai receber de acôrdo com aquilo que fez por merecer. A opinião de Todos será ouvida e respeitada, mas a decisão final será dos fundadores do Partido.

11-Primeiro Comando da Capital PCC fundado no ano de 1993, numa luta descomunal e incansável contra a opressão e as injustiças do Campo de concentração "anexo" à Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, tem como tema absoluto a "Liberdade, a Justiça e Paz".

12-O partido não admite rivalidades internas, disputa do poder na Liderança do Comando, pois cada integrante do Comando sabe a função que lhe compete de acordo com sua capacidade para exercê-la.

13-Temos que permanecer unidos e organizados para evitarmos que ocorra novamente um massacre semelhante ou pior ao ocorrido na Casa de Detenção em 02 de outubro de 1992, onde 111 presos foram covardemente assassinados, massacre este que jamais será esquecido na consciência da sociedade brasileira. Porque nós do Comando vamos mudar a prática carcerária, desumana, cheia de injustiças, opressão, torturas, massacres nas prisões.

14-A prioridade do Comando no montante é pressionar o Governador do Estado à desativar aquele Campo de Concentração " anexo" à Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, de onde surgiu a semente e as raízes do comando, no meio de tantas lutas inglórias e a tantos sofrimentos atrozes.

15-Partindo do Comando Central da Capital do KG do Estado, as diretrizes de ações organizadas simultâneas em todos os estabelecimentos penais do Estado, numa guerra sem trégua, sem fronteira, até a vitória final.

16-O importante de tudo é que ninguém nos deterá nesta luta porque a semente do Comando se espalhou por todos os Sistemas Penitenciários do estado e conseguimos nos estruturar também do lado de fora, com muitos sacrifícios e muitas perdas irreparáveis, mas nos consolidamos à nível estadual e à médio e longo prazo nos consolidaremos à nível nacional. Em coligação com o Comando Vermelho - CV e PCC iremos revolucionar o país dentro das prisões e nosso braço armado será o Terror "dos Poderosos" opressores e tiranos que usam o Anexo de Taubaté e o Bangú I do Rio de Janeiro como instrumento de vingança da sociedade na fabricação de monstros.
Conhecemos nossa força e a força de nossos inimigos Poderosos, mas estamos preparados, unidos e um povo unido jamais será vencido.

LIBERDADE! JUSTIÇA! E PAZ!

O Quartel General do PCC, Primeiro Comando da Capital, em coligação com Comando Vermelho CV

UNIDOS VENCEREMOS
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The PCC was founded on August 31, 1993, by eight prisoners at Taubaté Penitentiary, called Piranhão (Big Piranha) in the state of São Paulo. At the time this was the safest jail in the state.

The group got together during a soccer game. When prisoners were transferred from the city of São Paulo to the Piranhão as punishment for bad behavior, they decided to name their football team the Capital Command.

The initial members were Misael "Misa" Aparecido da Silva, Wander Eduardo "Cara Gorda" (Fat Face) Ferreira, Antônio Carlos Roberto da Paixão, Isaías "Esquisito" (Weird) Moreira do Nascimento, Ademar "Dafé" dos Santos, Antônio "Bicho Feio" (Ugly Beast) Carlos dos Santos, César "Césinha" (Little César) Augusto Roris da Silva and José "Geleião" (Big Jelly) Márcio Felício.

PCC, which was also formerly referred to as the Party of Crime, and as 15.3.3 (following the order of the letters "P" and "C" in the former Brazilian alphabet), was founded with a clear political agenda, aiming to "fight the oppression inside the São Paulo penitentiary system" and to "avenge the death of 111 prisoners," victims of the October 2, 1992 Carandiru massacre, when the São Paulo State Military Police stormed the now-extinct Casa de Detenção (a very large prison) and killed prisoners from its 9th pavilion in the process.

The group made use of the Chinese taititu ("yin yang") symbol as their emblem, saying it represented "a way to balance good and evil with wisdom." In February 2001, Idemir "Sombra" (Shadow) Carlos Ambrósio became the most prominent leader of the organization when he coordinated, by cell phone, simultaneous rebellions in 29 São Paulo state prisons, in which 16 prisoners were killed. "Sombra," also referred to as "father," was beaten to death on the Piranhão five months later by five members of the criminal faction in an internal struggle for the general command of the PCC. The PCC was led by "Geleião" and "Cesinha," responsible for the alliance with another criminal organization, Rio de Janeiro's Comando Vermelho.

Geleião and Cesinha, from the Bangú Penitentiary where they were held, went on to coordinate violent attacks against public buildings. Considered radicals by another moderate current of the PCC, they used terrorism to intimidate authorities of the prison system and were withdrawn from leadership in November 2002, when the leadership was taken by the current leader of the organization Marcos "Marcola" Willians Herbas Camacho. After he took over, the organization put a death bounty on Geleião and Cesinha, on the counts of having testified to the police and creating the Terceiro Comando da Capital (Third Capital Command, TCC).

Under the leadership of Marcola, also known as "Playboy," currently detained for bank robbery, the PCC took part in the March 2003 murder of Judge Antônio José Machado Dias, who ran the Penitentiary Readaptation Center (CRP) from Presidente Bernardes, São Paulo, currently Brazil's most strict supermax-style prison. The PCC also announced its objective to use prison uprisings as a way to demoralize the government and to destroy the CRP.

The organization is partly funded by its members, called "brothers." They are required to pay a monthly fee of R$50.00 (about US $27) while in prison, or R$500.00 (about US $270) if they are outside of it. The money is used to buy weapons and drugs, and also to finance operations to bail out prisoners connected to the organization. In order to become a member of the PCC, the prospective member needs to be formally introduced by another regular member, taking an oath to follow its 16-clause statute.


This is a translation of the Estatuto do Primeiro Comando da Capital, a criminal organization from Sao Paulo, Brazil.

The Statute

1. Loyalty, respect and solidarity to the Party, above all.

2. The Struggle for liberty, justice and peace.

3. The unity of the Struggle against injustice and opression inside prisons.

4. The contribution from those who are in liberty to the brothers inside prisons through lawyers, money, help to family members and prison outbreak operations.

5. The respect and solidarity to all members of the Party, so there are no internal conflicts, for he who causes conflicts within the Party, trying to divide the brotherhood will be excluded and shunned from the Party.

6. Never use the Party to solve personal conflicts with outsiders. Because the ideals of the party are above personal conflicts. But the party will always be loyal and supportive to all its members so that they don't suffer any inequality or injustice in external conflicts.

7. He who is in liberty and enjoying a good life, but forgets to contribute to the brothers in jail, will be condemned to death without forgiveness.

8. Members of the party have to set an example to follow and for that reason the Party does not allow mugging, rape and extortion within the System.

9. The party wont allow lies, treason, jealousy, greed, misdirection, selfishness and personal interest, but values truth, fidelity, manhood, solidarity and the interest in the common good, because we are one for all and all for one.

10. Every member has to respect the order and discipline of the Party. Each one will be paid accordingly to what he deserves for what he has done. Everyone's opinion will be heard and respected, but the final decision will be made by the founders of the Party.

11. The Primeiro Comando da Capital PCC was founded in the year of 1993, in an overwhelming and tireless struggle against opression and injustices in the concentration camp of the Casa de Custódia (House of Custody) and Treatment of Taubaté, with the absolute motto "Liberty, Justice and Peace".

12. The party won't allow internal rivalries, disputes for the leadership of the Command, as each member of the Command knows his own role according to his own capability to execute it.

13. We must remain united and organized to avoid a similar or worse massacre as the one which occured in October 2nd, 1992, when 111 prisoners were cowardly murdered, a massacre that will never be forgotten in the consciousness of the Brazilian society. For we from the Command will change prison practices [that are], inhumane, full of injustices, opressive, [with] torture and prison massacres.

14. The priority of the Command is to put pressure on the State Government to deactivate the Concentration Camp of House of Custody and Treatment of Taubaté, from where the roots of the Comand originated, in the middle of such inglorious and atrocious suffering.

15. Emanating from the Central Command of the Capital of the KG of the State, the simultaneous action directives in all of the State's prison facilities, in a truceless war, borderless, until the final victory.

16. The most important of all is that no one will stop us in this struggle, for the seed of the Command has spread to all prison systems of the state and we managed to structure ourselves as well on the outside, with many sacrifices and irreparable losses, but we have consolidated ourselves on the state level and in the middle and long run we will consolidate ourselves on the national level. In a coalition with the Comando Vermelho - CV and PCC we shall revolution the country from within prisons and our armed wing will be the terror of "the powerful" opressors and tyrants that used the Taubaté Annex and Bangú I from Rio de Janeiro as an instrument of vengeance from the society in the fabrication of monsters.

We know our strength and the strength of our Powerful enemies, but we are ready and united, and a united people will never be defeated.

LIBERTY! JUSTICE! AND PEACE!

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