quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Minha Quebrada Rima 2


Falando de história...

As batalhas tiveram sua origem em meados dos anos 1970 nos subúrbios de Nova York, quando o hip hop engatinhava como forma de expressão com seus quatro pilares: Grafitti (arte), DJ (disc jóquey), MC (poesia, rima) e B-Boy (dança). 


Os sound systems (dois toca-discos interligados, com dois amplificadores e um microfone) eram levados para a rua no intuito de animar os quarteirões do bairro Bronx, o DJ pegava o microfone e começava a rimar para chamar o pessoal. Atraía mais público aquele que mandava melhor no microfone e nos toca-discos.

Popularizado no Brasil em 1980 aproximadamente, o movimento hip hop teve sua expansão a partir das manifestações de seus elementos e as batalhas são eventos que proporcionam essa interação.



No dia 30 de agosto de 2015, rolou na cidade de Lauro de Freitas, mais precisamente no estacionamento do Parque Santa Rita em Itinga, a 2° edição do evento Minha Quebrada Rima. 
A comunidade mostrou presença fezendo forte o evento que de entrada pôde acompanhar demonstrações de Streetball ao som dos djs Fael e Ivan, aquecendo o público para o que estava por vir. 
Larissio campeão nacional do Duelo de Mcs 2014 foi o mediador das batalhas que a pesar de disputadas por trutas em melhor de 3, foram desde as eliminatórias todas eles sanguinárias.

"Sangue! Sangue! Sangue!!!"


Quase pontual asTechnics lançando o Bit no ar e os Mcs se mostravam preparados num nível de competição muito alto. 


Parada para dar uma respirada, mas a todo vapor. Os convidados sobem ao palco mostrando que na Bahia também tem Rap do bom.
Dicionário Periférico,  Área de Trabalho, Kaos Mcs e Fúria Consciente tocaram só as pauladas mandando suas mensagens para quem quisesse ouvir.

Já era noite quando Larissio convoca as semifinais,  que mantiveram o mesmo nível acirrado das eliminatórias  com decisões cada vez mais apertadas. 

E então...o Grand Finale! 

"Opa! Péra! Qual Foi? Xiiiiiiiii mano! Olha só! O som deu pau logo agora? Quer dizer que é o fim do Game?"
Que nada rapá, o som é Rap e não arrocha!

Keu e Treck no confronto final, o Beatbox e as rimas A Capella fecharam com chave de ouro o evento, mostrando que o Rap não para. Nem o júri nem o público conseguiram decidir quem foi o melhor, ficando os Mcs de acordo com o resultado final: EMPATE. Muito festejado entre todos.

Parabéns à organização,  agradecendo à prefeitura de Lauro de Freitas, à Guarda Civil da cidade ao Brotoeja pela divulgação nas redes sociais e a todos os envolvidos.
Produção: Nóis Cria
Apoio: Usina Digital e Projeto Chega de Inclusão



sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Comando da Paz X Caveira


Matéria publicada dia 25 de março de 2015 no site Aratu online (http://www.aratuonline.com.br/noticias/provocacoes-no-youtube-girias-e-crimes-conheca-as-faccoes-que-espalham-terror-por-bairros-da-capital/) por Monica Vasku, monica.vasku@aratuonline.com.br

O tráfico de drogas tem financiado disputas entre gangues das mais diferentes nacionalidades em todo o planeta, principalmente em países de terceiro mundo. No Brasil não é diferente e, especificamente em Salvador, as facções protagonistas deste enredo de crimes são a Caveira e a CP (Comando da Paz).

Quem mora em Salvador, mas não frequenta os bairros afetados pelos confrontos, fica sabendo ao menos através da imprensa que algo muito errado está acontecendo nas comunidades afetadas pelo intenso comércio de drogas. Toque de recolher, troca de tiros, execuções… Como exemplo da forte influência do tráfico em nossa sociedade, um delegado, em contato com o Aratu Online, disse acreditar que atualmente cerca de 80% dos homicídios e roubos de veículos registrados na capital têm alguma relação com o comércio de entorpecentes.

A origem do crime organizado
Segundo a pesquisa do tenente, na década de 1990, Raimundo Alves de Souza, conhecido como Ravengar, era considerado o maior traficante de drogas na Bahia. Neste cenário, os grupos criminosos em Salvador eram dispersos e quando estavam na cadeia matavam uns aos outros.
A cena da criminalidade na Bahia começou a mudar com a chegada de um traficante e sequestrador chamado Mário Carlos Jezler da Costa, que já havia frequentado prisões cariocas e paulistas, pois fazia parte da Falange Vermelha. Através da influência do criminoso, os grupos começaram a se unificar na Penitenciária Lemos de Brito.
O resultado da chegada de Mário Carlos e sua experiência em prisões do Rio e São Paulo foi a criação da “Comissão da Paz ou Comando da Paz”, que visava harmonizar a cadeia. Os presos se organizaram para reinvidicar melhores condições e controlar a violência no presídio. A pesquisa mostrou que o grupo era composto por Genildo Lino (Perna), César Dantas (Lobão), Claúdio Campanha e Éberson Santos (Pitty).
A criação do Caveira
Através de seu levantamento, Pitangueira descobriu que, após a transferência de alguns integrantes, Pitty (Éberson Souza Santos), de 26 anos, assumiu o comando, entretanto Perna não concordava com alguns métodos e fundou o seu próprio grupo, o Caveira.
Em agosto de 2005, Pitty morreu em um confronto com a polícia. Ele havia fugido do Presídio Salvador no mês de julho, enquanto cumpria pena por assalto a banco. Após sua morte, quem assumiu o Comando da Paz (CP) foi Cláudio Campanha.
Guerra
Atualmente as duas facções se desenvolveram e disputam pontos de drogas na cidade de Salvador e também nos municípios da Região Metropolitana. Dentro e fora dos presídios e cadeias os dois grupos são inimigos e têm espalhado uma onda de violência pela cidade. 
A guerra ficou ainda mais intensa com a crescente aproximação do Primeiro Comando da Capital, o PCC de São Paulo, e os “caveiras” de Salvador. Em 2010, a disputa se tornou ainda mais acirrada quando entregadores de drogas do PCC para a CP foram mortos, dando início a diversas execuções. Esse episódio foi responsável pelo estreitamento dos laços entre o Grupo de Perna e o PCC.
A pesquisa à qual o Aratu Online teve acesso ainda traz detalhes da identificação dos dois grupos:
Nome: Comando da Paz, Comissão da Paz ou CP
Saudação: Êa
Simbolo: Escorpião
Líder: Cláudio Campanha
Numeração: 315 (CP)
Perfil: Grupo mais pulverizado em relação à liderança, mais violentos e gostam de demonstrar força.
Nome: “Grupo de Perna”, PCC ou Caveira
Saudação: É nós ou é noix
Simbolo: Caveira
Líder:Perna
Numeração: 1533 (PCC)
Perfil: Grupo mais coeso, discreto e racional. Não se exibem tanto.
Em contato com alguns delegados da capital, o Aratu Online recolheu relatos de que os ‘caveiras’ são mais respeitosos, principalmente com policiais: “Eles evitam problemas com policiais e não matam integrantes da polícia”. Vale lembrar que existem outros grupos criminosos, como o Bonde do Maluco.